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When friend turns foe: central and peripheral neuroin ammation in central nervous system injury 

 

O presente artigo, publicado neste ano no Neuroimunology and Neuroinflammation Journal, aborda um tema interessante na compreensão das lesões do Sistema Nervoso Central (SNC) e suas alterações, com ênfase especial no processo inflamatório. Os autores têm como objetivo destacar os mecanismos de morte celular associados à essas lesões, propondo discussões acerca das fontes inflamatórias, sejam elas centrais ou periféricas e, principalmente, deslocando paradigmas no que diz respeito ao nosso entendimento atual sobre inflamação no SNC, enfatizando um importante papel do baço na resposta inflamatória sistêmica após uma lesão central. De forma sintética, o artigo aborda estudos demonstrando que há uma correlação entre lesão cerebral e liberação autonômica de citocinas pró-inflamatórias ativantes de macrófagos esplênicos. É um conceito conhecido como “Complexo Inflamatório Cérebro-baço”, no qual pesquisadores elaboraram a hipótese de que as mudanças derivadas de uma ativação autonômica após lesão no SNC levem a consequências sistêmicas, incluindo uma resposta do baço.

Marcet et al. Neuroimmunol Neuroinflammation 2017;4:82-92 

Confira o artigo na íntegra a seguir:

 

 

 

 

 

 

Migraine in the post-menopausal period is associated with higher levels of mood disorders, disability, and more menopausal symptoms

Qual a prevalência de enxaqueca e demais cefaleias em mulheres durante a menopausa? A pergunta levou ao tema de estudo, em dissertação do curso de Mestrado ‘Saúde e Meio Ambiente’, da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Apresentado no fim de 2016 e publicado recentemente na revista Arquivos de Neuro-Psiquiatria (SciELO), o estudo aponta que 86,2% das pacientes apresentaram dores de cabeça, sendo a enxaqueca presente em 14,7% delas.

A pesquisa contou com a participação de 103 mulheres, moradoras da Baixada Santista, como Santos, São Vicente, Cubatão e Praia Grande. Em seguida, foram divididas em dois grupos, compostos pelas mulheres que manifestam enxaqueca e as que apresentam outros tipos de cefaleia (dor de cabeça) para a aplicação de um questionário específico. Entre as variáveis do estudo, foi avaliada a quantidade de dias em que a mulher tinha suas atividades sociais e familiares de seu cotidiano afetadas pela doença, num período de três meses.

 

Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.74 no.12 São Paulo Dec. 2016

http://dx.doi.org/10.1590/0004-282x20160153

 

Inhibition and reversal of growth cone collapse in adult sensory neurons by enteric glia-induced neurotrophic factors

 

A lesão da medula espinhal pode resultar uma perda parcial ou completa de sensações e movimentos. Os danos à medula espinhal ocorrem em duas fases: lesão primária e lesão secundária.  Enquanto, na fase primária há rompimento dos axônios, lesão das células nervosas e a rotura dos vasos sanguíneos, a lesão secundária resulta da isquemia causada pela redução do fluxo sanguíneo para o segmento danificado. No local da lesão se forma a cicatriz glial, responsável pela liberação de moléculas inibitórias da regeneração neural, entre elas a Semaforina 3A (SEMA3A) altamente presente na cicatriz glial, também, responsável pelo colapso do cone de crescimento.

As células enterogliais são muito semelhantes aos astrócitos encontrados no sistema nervoso central. Devido a essa característica, essas células podem induzir a regeneração de axônios da raiz dorsal neurofilamento positivo no local da lesão dos ratos que receberam danos a medula espinhal. Além disso, acredita-se que possam produzir fator de crescimento do nervo (NGF), fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), fator neurotópico derivado da linhagem de células gliais (GDNF) e a neurotrofina-3 (NT-3). Tais fatores de crescimento podem oferecer alguma resistência a SEMA3A.

Desse modo, o estudo realizado na Universidade McMaster tem o objetivo de fornecer evidências de que fatores neurotróficos estão envolvidos na regeneração axonal e buscar compreender sobre os papéis dos mesmos na mediação de crescimento de neurites.

O experimento demostrou que a células enterogliais podem proteger o cone de crescimento da ação da destrutiva da SEMA3A. Estas experiências também sugerem que os fatores de crescimento NGF, BDNF, GDNF, NT-3 estão todos envolvidos no processo de prevenir ou reverteu o colapso induzido pelo SEMA3A, mas nenhum fator neurotrófico individual é essencial para este processo.

http://nnjournal.net/article/view/1700

Takayasu’s arteritis - aphasia as an initial presentation

 

ABSTRACT

Arterite de Takayasu (AT) é uma doença incomum que atinge mulheres jovens, caracterizado por vasculite granulomatosa de artérias de grande e médio calibre. O envolvimento neurológico é reportado em apenas uma minoria de pacientes, e a ocorrência de síndromes neurológicas como manifestação inicial da doença tem sido raramente reportado. Nós apresentamos achados clínicos, laboratoriais e de imagem de uma mulher de 40 anos com AT, que inicialmente apresentou manifestações clinicas de derrame na forma de afasia. A raridade da doença e especialmente tal apresentação pode causar atraso considerável no diagnóstico e tratamento.
 

AT que também é conhecida como “doença sem pulso”, é uma doença inflamatória de origem desconhecida que afeta a aorta e seus ramos principais, e é caracterizada por inflamação crônica de vasos levando a espessamento de parede, fibrose, estenose e trombose. Evidências sugerem uma origem autoimune, dado à associação com certo antígeno leucocitário humano; também poderia haver relação com tuberculose, dado à prevalência de infecção passada ou ativa em pacientes com AT.

O artigo em questão reporta um caso de Arterite de Takayasu (AT) em uma mulher de 40 anos, que apresentava um derrame na forma de afasia, como manifestação clínica inicial. Isso representa uma forma rara de apresentação da doença, pois sintomas neurológicos são comuns apenas na fase crônica; portanto esse caso demonstra que AT deve ser considerado como diagnóstico diferencial de derrames em jovens, e enfatiza a importância de se procurar por pulsos periféricos e monitorar a pressão arterial nos quatro membros, ao menos em pessoas com derrame.

http://nnjournal.net/article/view/1701

D-cycloserin, a NMDA-agonist may be a treatment option for anti-NMDAR encephalitis

O objetivo do artigo em questão é discutir a utilização do D-cicloserina, um NMDA-agonista, como opção de tratamento para encefalite anti-NMDAR. A encefalite anti-NMDAR (Anti - N - metil-D - aspartato) é causada por uma disfunção neuronal reversível associada à auto anticorpos contra NMDAR. Os autores usaram D-cicloserina (NMDA- agonista parcial) num caso refratário com duração prolongado na unidade de terapia intensiva. O caso em questão é referente a um indivíduo do sexo feminino de 13 anos de idade que apresenta dor de cabeça, deterioração cognitiva, convulsões generalizadas, coma e hipoventilação com necessitaram de ventilação mecânica, além disso, houve remoção de teratoma de ovário. Os anticorpos anti - NMDAR foram identificados em fluido cefalorraquidiano e soro confirma a encefalite anti – NMDAR. Então,  D- cicloserina foi administrada e seus sintomas melhoraram gradualmente e de forma significativa. Este é o primeiro caso relatado em que este NMDA - agonista foi aplicado a esta doença. Portanto, a utilização de D-cicloserina pode ser uma opção de tratamento específico para encefalite anti-NMDAR.

http://nnjournal.net/article/view/1543

© 2016 por Rafael Werlang Donadel.

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